O De Stijl ("O estilo", em neerlandês) foi um movimento estético que influenciou fortemente o design e as artes plásticas. Começou oficialmente nos Países Baixos em 1917, quando Mondrian, Van Doesburg e o arquiteto Bart van der Leck lançaram a revista que deu nome ao movimento, também chamado de Neoplasticismo. Tendo Van Doesburg como editor, a revista, de tiragens pequenas mas importantes, foi uma forma de manifesto dos artistas, que apresentavam idéias e teorias sobre essa nova concepção artística.
Exemplo da revista De Stijl, Letterklankbeelden, projeto gráfico de Theo van Doesburg. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/De_Stijl. Acesso em: abril/2010.
Foi um dos grandes marcos da arte moderna, o “mais puro dos movimentos abstratos” e durou menos de quinze anos, contudo sua influência está presente até hoje, especialmente nos campos da pintura e arquitetura.
Arrancando a pintura do campo da representação e abraçando o abstracionismo total, objetivando a síntese das formas de arte, o De Stijl caracterizou-se pelo fervor quase religioso de seus partidários, que acreditavam existir leis que regem a expressão artística e que viam em sua arte um modelo para relações harmoniosas julgadas possíveis para indivíduos e sociedade.
Piet Mondrian, Auto- retrato, 1942. Fonte: http://www.mondrian.kit.net/inconteudo.htm. Acesso em: abril/2010.
O movimento teve seu auge entre os anos de 1921 e 1925, quando Theo Van Doesburg, propagandista brilhante, convidou artistas de toda parte para participar do De Stijl, e, também fez diversas palestras pela Europa que intensificaram a tendência idealista entre os mestres da famosa escola alemã de desenho industrial, a Bauhaus, onde ele chegou a lecionar, internacionalizando o movimento.
Porém em 1925, o De Stijl já mostrava sinais de desgaste, não tendo se renovado e com muitos artistas procurando novos caminhos. Neste ano, Piet Mondrian renunciou publicamente ao movimento, ao entrar em conflito com Van Doesburg acerca do rumo teórico a ser seguido – Mondrian condenava o uso de linhas diagonais que Van Doesburg passou a fazer, já que o ângulo reto era um dos pilares fundamentais de sua teoria neoplástica.
Em 1928, a revista De Stijl finalmente parou de circular, após alguns anos de publicação interruptas, fazendo com que muitos estudiosos apontassem-no como o ano final do Neoplasticismo. Todavia, devido a devoção persistente de Theo Van Doesburg, alguns especialistas afirmam que a dissolução só ocorreu em 1931, ano da morte do pintor.
Ao injetar sólido embasamento teórico em suas obras – pinturas, construções, esculturas, entre outros – os Neoplasticistas radicalizaram e renovaram a arte moderna. O modo neoplástico de encarar a arte é sentido até os dias de hoje em inúmeras áreas.
No campo da pintura, Mondrian foi um dos maiores pintores do século XX, influenciando múltiplas gerações e correntes abstratas contemporâneas. Suas composições únicas, imediatamente reconhecíveis, entraram no imaginário popular e foram apropriadas pela indústria cultural, sendo que atualmente pode-se observar a grande profusão de objetos não necessariamente relacionados à arte, que imitam as famosas composições de Mondrian. Seu apelo visual extremamente peculiar explica porque ele tornou-se um ícone muito maior do que seus companheiros no De Stijl, superando até mesmo a fama do próprio movimento.
Composição com vermelho, amarelo e azul, 1921, óleo sobre tela, 40 X 35cm. Coleção Haags Gemeentemuseum, Haia. Fonte: http://www.mondrian.kit.net/inconteudo.htm. Acesso em: abril/2010.
Nas palavras de Israel Pedrosa: “(...) a abstração de Mondrian, iniciada em 1911, tenderia progressivamente para a precisão geométrica, dando origem ao Neoplasticismo, difundido pela revista “De Stijl” a partir de 1917. A simplicidade rítmica das formas de Mondrian, que se baseava em verticais e horizontais formando retângulos sempre próximos da divisão áurea, corresponde à mestria do emprego das três cores primárias, juntamente com o branco, o cinza e o preto. Os exemplares mais representativos desta fase são os da série Broadway-Boogie-Woogie (1942-1943), em que transparece a adoção das proposições de Malevitch e do ex-professor da Bauhaus, Josef Albers (1888).” Para Mondrian, a Natureza como se apresenta, não lhe serve de matéria-prima para a realização de suas obras, assim como a diagonal repele o equilíbrio da horizontalidade-verticalidade, não devendo ser adotada.
Broadway Boogie-Woogie,1942-43. Fundação Escher,Haags Gemeentemuseum,Haia. Fonte: http://www.mondrian.kit.net/inconteudo.htm. Acesso em: abril/2010.
Rietveld, Red and Blue Chair, 1998. Fonte: http://char.txa.cornell.edu/art/decart/destijl/decstijl.htm. Acesso em: abril/2010.
O mais importante desse grupo eram suas idéias, pois conseguiram construir muito poucos de seus projetos. Uma exceção importante, que é a mais completa realização estética do De Stijl, é a Schröder House, projeto de Rietveld, que planejou também o mobiliário e a decoração desta.
Casa Rietveld Schröder, Património Mundial da UNESCO. Fonte: http://www.mondrian.kit.net/inconteudo.htm e http://pt.wikipedia.org/wiki/De_Stijl. Acesso em: abril/2010.
A filosofia do De Stijl baseava-se o funcionalismo e na ortogonalidade dos planos, sendo que toda a decoração de superfície, exceto a cor devia ser eliminada, e só os tons primários, além do preto e branco deveriam ser permitidas.
O legado do De Stijl se faz presente até em áreas insuspeitas e improváveis como a música pop – em 2000, o duo americano de blues-rock White Stripes lançou um álbum denominado De Stijl, cuja capa é composta por uma foto dos integrantes em um ambiente diretamente inspirado pelo movimento holandês – blocos lisos vermelhos e brancos e hastes pretas.
A seguir confira um vídeo sobre a Casa Schroder.
http://pt.wikipedia.org/wiki/De_Stijl
http://char.txa.cornell.edu/art/decart/destijl/decstijl.htm (Acessos em abril/2010).
Postado por: Kellyn
1 comentários:
De Stijl na Bauhaus: Em Abril de 1921, Doesburg transferiu a sua residência para Weimar, pois esperava ser contratado como professor. Em Fevereiro de 1922, Doesburg anunciava um novo curso De Stijl para jovens artistas. Um tal princípio geral começara, contudo, a desenvolver-se nesses anos. Nas aulas Gropius procurava um "denominador comum" da arquitetura; nos ateliers, as formas elementares e as cores primárias foram transformadas no ponto de partida do “design”. A Bauhaus escolhia assim um campo de trabalho para o seu objetivo: “design” contemporâneo para a produção industrial, um campo pelo qual quase ninguém tinha se interessado antes. Para aqueles que se tentavam adaptar à Idade da Máquina, a expressão Bauhaus depressa representou tudo o que era oposto à atividade artesanal e decorativa. O que prova que em nenhuma fase da história, a Bauhaus foi um sistema rígido, mas sim um sistema sempre aberto a responder com flexibilidade às circunstâncias ocasionais e lições de experiências.
Por: Suelen Barro
Estas reformas e a nomeação de Moholy marcam uma nova etapa na história da Bauhaus.
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